Foi divulgada na última quinta-feira, dia 10, em Brasília, pela presidente Dilma Rousseff, a nova logomarca do governo. Entre as principais mudanças, destaca-se a substituição do antigo slogan "Brasil, um país para todos" do ex-predisente Lula pelo pretensioso, senão risível, "País rico é país sem pobreza".
Quando vi esta logo pela primeira vez, não me contive na cadeira; a frase ficava ricocheteando em minha mente, já abalada por tantos outros absurdos que escuto e leio no dia-a-dia. Como se tivesse apertado um gatilho, logo comecei a analisar o slogan, considerando o conteúdo oculto da mensagem.
O que mais me incomodou foi essa associação entre "país rico" e "pobreza". A incoerência dessa assertiva é gritante. Pense comigo: como se pode conceber a ideia de que um país é rico porque não tem pobreza?
A história da civilização humana nos conta que quanto mais rico um país se torna, mais ele é marcado pela desigualdade e conflitos. Considere, portanto, alguns fatos:
1. As grandes potências econômicas da atualidade - EUA, China, Japão - não acabaram com a pobreza em seus territórios. O fato de um país se tornar rico e independente não siginifica que a pobreza tenha sido extinta. Podem ter diminuído as taxas, mas pobreza sempre houve e sempre haverá em algum grau;
2. O termo "país rico" indubitavelmente não se refere ao povo, mas ao governo - aos governantes e seus protegidos. Do contrário, não haveria, de fato, pobreza ou desigualdade econômica e social, pois no Brasil quem fica rico não é o povo, mas políticos hipócritas responsáveis pela centralização da riqueza;
3. Se, por um lado, para que algo seja considerado rico, é preciso que, por outro, algo seja considerado pobre. Assim como a ideia do que é "certo" só está completa, entendendo-se o que é "errado", podemos dizer que na verdade "ser rico" significa "não ser pobre".
Sendo assim, se uma pessoa é rica, ela o é porque não apresenta sinais de pobreza em relação a si; e, ao mesmo tempo, é rica porque as demais pessoas são pobres. Imaginemos uma nação única. Se todas as pessoas dessa nação fossem ricas, estariam todas numa mesma condição econômica. E, não havendo pobreza nesse lugar, as pessoas não poderiam ser consideradas como tais. Não haveriam ricos ou pobres porque simplemente não haveriam diferenças.
Ainda que seja possível imaginar um país rico governado por políticos altruístas e honestos, que colocam o interesse do povo em primeiro lugar, é pura utopia acreditar e desejar que os outros acreditem também num slogan que reza que país rico é país sem pobreza.
Leia a nossa história. A pobreza sempre existiu. Sempre foi assim e sempre será. É a história quem nos conta isso, a NOSSA história. Mas, caso eu seja o único dentre toda a população brasileira ou mundial que acredita em tal promessa, me façam um favor, caro leitor e cara leitora: me tranquem na Casa Verde com meu bacamarte carregado.
Quando vi esta logo pela primeira vez, não me contive na cadeira; a frase ficava ricocheteando em minha mente, já abalada por tantos outros absurdos que escuto e leio no dia-a-dia. Como se tivesse apertado um gatilho, logo comecei a analisar o slogan, considerando o conteúdo oculto da mensagem.
O que mais me incomodou foi essa associação entre "país rico" e "pobreza". A incoerência dessa assertiva é gritante. Pense comigo: como se pode conceber a ideia de que um país é rico porque não tem pobreza?
A história da civilização humana nos conta que quanto mais rico um país se torna, mais ele é marcado pela desigualdade e conflitos. Considere, portanto, alguns fatos:
1. As grandes potências econômicas da atualidade - EUA, China, Japão - não acabaram com a pobreza em seus territórios. O fato de um país se tornar rico e independente não siginifica que a pobreza tenha sido extinta. Podem ter diminuído as taxas, mas pobreza sempre houve e sempre haverá em algum grau;
2. O termo "país rico" indubitavelmente não se refere ao povo, mas ao governo - aos governantes e seus protegidos. Do contrário, não haveria, de fato, pobreza ou desigualdade econômica e social, pois no Brasil quem fica rico não é o povo, mas políticos hipócritas responsáveis pela centralização da riqueza;
3. Se, por um lado, para que algo seja considerado rico, é preciso que, por outro, algo seja considerado pobre. Assim como a ideia do que é "certo" só está completa, entendendo-se o que é "errado", podemos dizer que na verdade "ser rico" significa "não ser pobre".
Sendo assim, se uma pessoa é rica, ela o é porque não apresenta sinais de pobreza em relação a si; e, ao mesmo tempo, é rica porque as demais pessoas são pobres. Imaginemos uma nação única. Se todas as pessoas dessa nação fossem ricas, estariam todas numa mesma condição econômica. E, não havendo pobreza nesse lugar, as pessoas não poderiam ser consideradas como tais. Não haveriam ricos ou pobres porque simplemente não haveriam diferenças.
Ainda que seja possível imaginar um país rico governado por políticos altruístas e honestos, que colocam o interesse do povo em primeiro lugar, é pura utopia acreditar e desejar que os outros acreditem também num slogan que reza que país rico é país sem pobreza.
Leia a nossa história. A pobreza sempre existiu. Sempre foi assim e sempre será. É a história quem nos conta isso, a NOSSA história. Mas, caso eu seja o único dentre toda a população brasileira ou mundial que acredita em tal promessa, me façam um favor, caro leitor e cara leitora: me tranquem na Casa Verde com meu bacamarte carregado.
Concordo, em tudo, e também não me contive quando ví, estava indo para a escola e vi um banner enorme, parei toda a turma pra dar risada junto.
ResponderExcluirMas já acostumamos, nosso governo está mais interessado em passar uma superioridade aos demais países do que fazer as melhorias para o seu povo.