Senhoras e senhores, crianças e adultos, jovens e idosos, preparem-se porque a contagem regressiva para o início do espetáculo já começou. No domingo, dia 29 de agosto, às 10h00, a Fonte Nova vai ao chão. A implosão do Estádio Otávio Mangabeira, construído em janeiro de 1951, que dará lugar a um novo projeto, está cercada de grande expectativa e parece que será um evento "inesquecível", pelos menos, para quem ganhará dinheiro com isso.
Moradores de prédios da região com vista privilegiada do estádio estão cobrando até R$ 1500 para curiosos com tal poder aquisitivo assistirem um dos maiores símbolos do descaso na Bahia desaparecer em 17 ou 20 segundos. Espera um momento, deixa-me ver se entendi direito: pagar mil e quinhentos reais para receber poeira na cara? Pagar essa quantia só para dizer "Eu estava lá!"? Mil e quinhentos por quê mesmo, hein?
Moradores de prédios da região com vista privilegiada do estádio estão cobrando até R$ 1500 para curiosos com tal poder aquisitivo assistirem um dos maiores símbolos do descaso na Bahia desaparecer em 17 ou 20 segundos. Espera um momento, deixa-me ver se entendi direito: pagar mil e quinhentos reais para receber poeira na cara? Pagar essa quantia só para dizer "Eu estava lá!"? Mil e quinhentos por quê mesmo, hein?
Pior é que há quem pague. A mídia, penso eu, é a maior responsável por este evento. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, pessoal de TV, jornais e internet são os primeiros a seduzir as pessoas que detém uma posição privilegiada em situações do gênero. E nessa onda o povo vai junto porque tem sempre alguém querendo aparecer. Afinal, por que que o povo tem que fazer um circo de tudo? Por que tanta mobilização por algo que não terá um impacto em nossas vidas e durará apenas alguns segundos? Pelo menos para quem arrenda o local o circo será bom, como disse uma moradora "Vou investir na reforma de minha casa."
A coisa ainda não aconteceu, mas já dá para imaginar a partir do cenário hoje: depois deste espetáculo, todos os "fantasmas do descaso" serão enterrados de vez nos mares do inconsciente coletivo dos telespectadores.
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