Jaguadarte, Pargarávio, Tagarelão, Bestialógico, Blablassauro, Algaravia, Algaravião, nomes alternativos estranhíssimos para um outro nome original ainda mais estranho, Jabberwocky.
Traduzir o poema de Lewis parece representar um desafio e tanto, mas alguns tentaram. Com a intenção de produzir sonoridade, Carroll criou palavras sem significado nenhum, exclusivamante para este poema. Segundo a nota do tradutor William Lagos, Lewis Carroll utilizou-se de uma técnica chamada nefelibatismo. Um nefelibata (do grego, "nuvem que anda") é uma pessoa que vive nas nuvens, cujo espírito vagueia num mundo ideal. Na literatura, é aquele que cultua a forma, se serve de uma linguagem imponderável, puramente sugestiva, fugindo às regras. Mais adiante, Alice encontra Humpty Dumpty, um ovo que a ajuda a decifrar algumas das palavras enigmáticas de Carroll num debate sobre semântica e pragmática.
Traduzir o poema de Lewis parece representar um desafio e tanto, mas alguns tentaram. Com a intenção de produzir sonoridade, Carroll criou palavras sem significado nenhum, exclusivamante para este poema. Segundo a nota do tradutor William Lagos, Lewis Carroll utilizou-se de uma técnica chamada nefelibatismo. Um nefelibata (do grego, "nuvem que anda") é uma pessoa que vive nas nuvens, cujo espírito vagueia num mundo ideal. Na literatura, é aquele que cultua a forma, se serve de uma linguagem imponderável, puramente sugestiva, fugindo às regras. Mais adiante, Alice encontra Humpty Dumpty, um ovo que a ajuda a decifrar algumas das palavras enigmáticas de Carroll num debate sobre semântica e pragmática.
Eis as versões do poema, como prometi. Encontrei no blog PANDORA'S BOX as diferentes versões traduzidas do poema de Lewis Carroll, publicado originalmente em 1872. Deleitemo-nos:
JAGUADARTE
Augusto de Campos
Era briluz. As lesmolisas touvas
roldavam e reviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.
"Foge do Jaguadarte, o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Fefel, meu filho, e corre
Do frumioso Babassura!"
Ele arrancou sua espada vorpal
e foi atras do inimigo do Homundo.
Na árvore Tamtam ele afinal
Parou, um dia, sonilundo.
E enquanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguadarte, olho de fogo,
Sorrelfiflando atraves da floresta,
E borbulia um riso louco!
Um dois! Um, dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, vem-vai, para tras, para diante!
Cabeca fere, corta e, fera morta,
Ei-lo que volta galunfante.
"Pois entao tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!"
Ele se ria jubileu.
Era briluz.As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.
PARGARÁVIO
Maria Luiza X. de A. Borges
Solumbrava, e os lubriciosos touvos
E vertigiros persondavam as verdentes;
Trisciturnos calavam-se os gaiolouvos
E os porverdidos estringuilavam fientes.
"Cuidado, ó filho, com o Pargarávio prisco!
Os dentes que mordem, as garras que fincam!
Evita o pássaro Júbaro e foge qual corisco
Do frumioso Capturandam."
O moço pegou da sua espada vorpeira:
Por delongado tempo o feragonists buscou.
Repousou então à sombra da tuntumeira,
E em lúmbrios reflaneios mergulhou.
Assim, em turbulosos pensamentos quedava
Quando o Paragarávio, os olhos a raisluscar,
Veio flamiscuspindo por entre a mata brava.
E borbulhava ao chegar!Um , dois! Um, dois!
E inteira, até o punho,
A espada vorpeira foi por fim cravada!
Deixou-o lá morto e, em seu rocim catunho,
Tornou galorfante à morada.
"Mataste então o Pargarávio? Bravo!
Te estreito no peito, meu Resplendoso!
Ó gloriandei! Hosana! Estás salvo!"
E na sua alegria ele riu, puro gozo.
Solumbrava, e os lubriciosos touvos
E vertigiros persondavam as verdentes;
Trisciturnos calavam-se os gaiolouvos
E os porverdidos estringuilavam fientes.
O TAGARELÃO (possuo o livro traduzido por ele)
William Lagos
Era o Assador e os Sacalarxugos
Elasticojentos no eirado giravam
Miserágeis perfuravam os Esfregachugos
E os verdes porcalhos ircasa arrobiavam.
Cuidado, meu filho, com o Tagarelão!
Te morde com a boca e te prende com a garra!
Escapa ao terrível Jujupassarão
E foge ao frumoso e cruel Bandagarra!
Cingiu à cintura sua espada vorpal
E por longo tempo o manximigo buscou
Da árvore Tumtum na sombra mortal,
Em cismas imerso afinal descansou.
E assim, ufichado em seu devaneio,
O tagarelão, com olhos de chama,
Surdiu farejando do bosque no meio:
A gosma supura e a baba derrama!
Um, dois! E dois, um! A lâmina espessa
Cortou navalhando sua espada vorpal!
Deixou-lhe o cadáver e trouxe a cabeça;
Voltou galufando em triunfo total! "
Pois mataste destarte o Tagarelão?
Vem dar-me um abraço, meu filho valente!
O fragor desse dia! O meu coração
Em êxtase canta loução e contente!
Era o Assador e os Sacalarxugos
Elasticojentos no eirado giravam
Miserágeis perfuravam os Esfregachugos
E os verdes porcalhos ircasa arrobiavam.
BESTIALÓGICO
Eugênio Amado
Brilhava o dia, e uma fumaça
No céu girava sem parar;
Palhaços sérios espiavam
Loucos risonhos a cantar.
Cuidado com o Bestialógico!
Se ele te pega é perdição!
Cuidado com a Ave Jujuba
E o terrível Bicho-Papão!
Ele tomou de sua espada
E foi atrás de uma inimiga;
À sombra da árvore Tuntun,
Descansou, coçando a barriga.
E ali ficou o Bestialógico,
Olhos selvagens, chamejantes,
Resfolegando na floresta
Com mil idéias borbulhantes.
Um, dois! Um, dois! Veio marchando.
Ao vê-la ergueu a espada e - zop!
Deixou-a morta e sem cabeça,
Voltando em seguida a galope.
Mas quem morreu? O Bestialógico?
Pois então vem até os meus braços!
Que lindo dia! Tu mereces
Milhões de beijos e de abraços!
Brilhava o dia, e uma fumaça
No céu girava sem parar;
Palhaços sérios espiavam
Loucos risonhos a cantar.
BLABLASSAURO
Ricardo Gouveia
Brilumia e colescosos touvos
No capimtanal se giroscavam;
Miquíticos eram os burrogouvos,
E os mamirathos extrapitavam.
"Foge meu filho, do Blablassauro!
Boca que morde, garra que agarra!
Fica longe do Ornitocentauro
E do frumioso Bombocarra!"
Nas mãos tomou sua espada vorpal:
Venceria o manxomo inimigo!
Pensaparou ao pé de um Tumtal,
Meditando, ele e seu umbigo.
Em úfia concentração pensava;
E o blablassauro, olhar flamejante,
Do bosque tulgeo, aos bufos chegava
Balouçando o corpo borbulhante!
Zás-trás! Alto a baixo, lado a lado
Corta e pica a lâmina vorpal!
Levando a cabeça do malvado,
Galunfante, voltou afinal.
"Então o Blablassauro morreu?
Vivas! Frabujoso! Quem diria?
Abraça-me, briante filho meu!"
E ele ria de pura alegria.
Brilumia e colescosos touvos
No capimtanal se giroscavam;
Miquíticos eram os burrogouvos,
E os mamirathos extrapitavam.
ALGARAVIA
Oliveira Ribeiro Netto
Era o auge e as rolas brilhantes
Pelo ar giravam, giravam.
Palhaços davam pinotes,
Os montes se amontoava.
- Cuidado com a Algaravia,
meu filho, ela morde e arranha!
Bicho papão te carrega,
O Lobisomem te apanha!
Ele de espada na mão
Foi buscar o inimigo...
Junto dum mandacaru
Ficou pensando consigo.
Enquanto estava cismando,
Vem do mato a Algaravia.
Dos olhos saia fogo,
Era brasa que cuspia.
Um dois, um dois, zás-trás,
Num instante ele a matou,
Cortou depressa a cabeça
E pra casa voltou.
- Vem aos meus braços meu filho!
Tu mataste a Algaravia?
Dia feliz! Salve! Salve!
E cantava de alegria.
Era o auge e as rolas brilhantes
Pelo ar giravam, giravam.
Palhaços davam pinotes,
Os montes se amontoava.
ALGARAVIÃO*
Pepita de Leão
(*alteração sugerida a partir da referência no corpo do texto, em comparação com a versão anterior de Oliveira Ribeiro Neto)
Era o fervor, e as rutilas rolinhas
Girando, o taboleiro afuroavam.
Estavam os truões bem divertidos,
E os cerros patetas se firmavam.
"Cuidado com o Algaravião, meu filho!
Ele morde, e segura até um homem!
Cuidado com o Pássaro Bisnau,
E foge do terrível Lobishomem!"
Ele pegou na espada bem afiada,
Levou tempo, buscando o inimigo ...
Foi descansar ao pé da Bananeira,
E ali ficou, pensando lá consigo.
E enquanto ali estava a matutar,
Lá de dentro do mato vem chegando
O Algaravião de olhos de fogo,
E de longe ele vinha já bufando!
Um, dois! Um, dois! E assim de lado a lado
A lâmina cortante foi rangendo!
Ele matou-o pegou na cabeça,
E de volta p'ra casa foi correndo.
"Tu mataste o Algaravião, meu filho?
Dá-me um abraço! Que glorioso dia!
Que dia glorioso! Viva! Vivôôô!...
Ele também deu vivas de alegria.
Era o fervor, e as Rutilas rolinhas
Girando, o taboleiro afuroavam.
Estavam os truões bem divertidos,
E os cerros patetas se firmavam.
Fonte:
http://pandoraslament.blogspot.com/2010/08/lewis-carrol-e-seu-fascinante-poema.html
Informações Extras sobre o livro:
http://dobrasdaleitura.blogspot.com/2010_04_01_archive.html
http://pandoraslament.blogspot.com/2010/08/lewis-carrol-e-seu-fascinante-poema.html
Informações Extras sobre o livro:
http://dobrasdaleitura.blogspot.com/2010_04_01_archive.html
Olá Ham,
ResponderExcluirobrigada pela citação do meu blogger e pelas informações a mais que você disponibilizou. A história de Alice, contada por Lewis Carrol, sempre foi fascinante para mim e tem sido para o meu filho de igual forma. Citarei seu cantinho emmeu blogroll. Abraços e sucesso na bloggosfera.
Parabéns pela pesquisa e pelo post!...Muito bom, e impossivel não pensar em todas essas maravilhas que acabei de ler, como uma espécie de prenúncio daqueles movimentos artísticos pos-modernistas, que seriam conhecidos como "vanguardas", em especial o "dadaismo"! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado pela visita, H. Hanoch.
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