terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Os tempos são outros, isso é fato! A preocupação de todos é ter tempo para isso ou para aquilo. Essa impressão de que não há tempo suficiente para tudo que precisamos fazer, aliada ao foco constante no presente, o rápido avanço tecnológico, a valorização da razão, da ciência, do individualismo constituem-se como algumas características do que que vivemos, como vivemos hoje. Contrapondo-se à falta de tempo e, de certa forma, justificamdo-a, temos como estigmas o excesso e a urgência. Tudo é para ontem. Essa urgência faz com que tudo seja mais rápido. O homem (e a mulher também, claro!), neste cenário de mudanças, de inovações culturais e científicas, de excesso de informações e valores tradicionais que outrora definiam pessoas, famílias, sociedade, só poderiam ser pessoas cujas identidades encontram-se fragmentadas, em processo de desconstrução e construção constantes (Stuart Hall). Para diferenciar este período de nossa era do que conhecemos como Pós-Modernismo, o filósofo francês Gilles Lipovetsky criou o termo HIPERMODERNIDADE.

Hipermodernidade em outras palavras

"[...] A Hipermodernidade é caracterizada por uma cultura do excesso, do sempre mais. Todas as coisas se tornam intensas e urgentes. O movimento é uma constante e as mudanças ocorrem em um ritmo quase esquizofrênico determinando um tempo marcado pelo efêmero, no qual a flexibilidade e a fluidez aparecem como tentativas de acompanhar essa velocidade. Hipermercado, hiperconsumo, hipertexto, hipercorpo: tudo é elevado à potência do mais, do maior. A hipermodernidade revela o paradoxo da sociedade contemporânea: a cultura do excesso e da moderação."

"A obsessão moderna com o tempo se apossou de todos os aspectos da vida e não mais se restringindo a esfera do trabalho, segundo Lipovetsky: “A sociedade hipermoderna se apresenta como a sociedade em que o tempo é cada vez mais vivido como preocupação maior, a sociedade em que se exerce e se generaliza uma pressão temporal crescente” (Lipovetsky, 2004:75). [...]"

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipermodernidade

Mais tempo

E como o assunto aqui hoje é tempo, quero dividir com vocês este texto que encontrei como apresentação de uma comunidade de mesmo nome no Orkut. Leiam.

Um ano tem 365 dias...

Um ano tem 365 dias para podermos estudar. Depois de tirar 52 domingos, só restam 313 dias. No verão, há 50 dias em que faz demasiado calor para podermos estudar. Assim restam-nos 263 dias. Dormimos 8 horas por dia, por ano, isso são 122 dias. Agora temos 141 dias do ano. Se nos derem 1 hora por dia para fazer o que quisermos, 15 dias do ano desaparecem. Assim restam-nos 126 dias. Gastamos 2 horas por dia para comer, isso equivale a 30 dias, e sobram-nos apenas 96 dias no nosso ano. Exames e testes ocupam no mínimo 35 dias do ano. Portanto, só nos resta 46. Tirando aproximadamente 40 dias de férias e feriados, ficamos com apenas 6 dias. Digamos também que só saimos 5 dias. Só resta 1 dia. Porém esse único dia é seu aniversário. Ou seja, não tenho tempo para estudar!


FONTE: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=109112885

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NOTA SOBRE O TEXTO ACIMA:
Se você tirar ainda os momentos em que as pessoas passam nas Fazendinhas ou Cafés do Orkut, Facebook, Twitter, MSN, SKYPE, escrevendo em blogs ou jogando jogos online, AINDA FICARÃO DEVENDO DIAS. Que dureza!!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Most Serene (Sereníssima - Legião Urbana)


videoclip criado por internauta e publicado no Youtube.

Most Serene
(Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá)
V. Legião Urbana. 1991. EMI-Odeon.
Tradução: HAM

I am a sentimental animal
I cling to that easily arouses my desire
Try to make me do what I do not want
And you’ll soon see what happens

I think I understand what you meant to say
But there are other things
I obtained my balance courting insanity
Everything else is lost but there are possibilities

We had the idea, but you changed the plans
We had a plan, you changed your mind
It’s gone, it’s gone – maybe another day

I dreamed some time ago, now I can’t even get to sleep
When was the first time we competed?
What nobody notices is what everyone knows
I don’t know about terrorism, we spoke of friendship

I am no more interested in what I feel
I don’t believe in anything except doubt
You wait for answers I don’t have but
I won’t fight for it

I even think twice if you want to stay.

My unseasoned orange tree, why are you so silvered?
Was it the moon this night, or the dew of the dawn
I have a silly grin, like hiccup

As chaos moves on
With all the calm of the world.

domingo, 12 de dezembro de 2010

"Espinhos no meu lado?"

Quando eu digo "John Doe is a thorn in my side", quero dizer o equivalente em português que "Fulano é uma pedra no meu sapato/caminho", em outras palavras, é o mesmo que dizer que "fulano" é um tormento, aborrecimento, uma preocupação, um problema. algo que causa dificuldade ou aborrecimento. Em inglês, é possível expressar a mesma ideia através de várias expressões:

a pain
a pain in the neck / ass*

a thorn in one's side / flesh


Vejamos alguns exemplos encontrados na net:

1. "(...)Also, they meet Bela Talbot, an "acquirer" and seller of occult objects, who is constantly a thorn in their side."
(Supernatural, Season 3, wikipedia)

2. "The boy with the thorn in his side / Behind the hatred there lies / A murderous desire for love / How can they look into my eyes / And still they don't believe me? / How can they hear me say those words? / And still they don't believe me?"
(The Smiths, letras.terra.com)

3. "Thorn in my side / You're always there / Just to remind me / That I still care."
(Bon Jovi, letras.terra.com)

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*a palavra ASS é um termo considerado vulgar, um palavrão.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sons da madrugada

São 02h24 da madrugada. Estou sem sono. Poderia dizer que, como de costume, estou ouvindo, atento, os "sons da noite". Os sons emitidos pelos que dormem, os ruídos da casa, da rua, cachorros latindo, vozes etc. parcialmente camuflados pelo barulho do meu ventilador. No entanto, estou de fato escutando o som dos acordes de uma banda indie, surgida nos 80, chamada The Lemonheads. A música é Into Your Arms.

Enquanto a escuto, repetidas vezes (nonstop), minha cabeça viaja no ritmo da batida empolgante e da letra simples. Eventos aparecem diante de mim como um flash. Tudo isso junto e misturado me deu vontade de falar sobre música, sobre coisas que vem acontecendo.

É curioso como a música pode desencadear uma série de emoções nas pessoas. As minhas, nesse instante, são boas. Me sinto bem comigo mesmo, me sinto contente. "Inspirado" seria a melhor de todas as definições. Estou louco para pegar o meu violão Yamaha G-20A e tocar os acordes dessa canção, cantar como se só eu existesse no mundo. E viajar. Como acontece toda vez que toco. Mas ele está com uma das tarrachas quebrabas. Não há como afinar. Não há como tocar.
Arrebatados pelas notas musicais, meus pensamentos voam sem empecilhos, sem barreiras tempo-espaciais, morais ou físicas, voam sem culpa. Esses mesmos pensamentos visitam o meu passado, vasculham o meu presente e esboçam traços de meu futuro. A música é como uma máquina do tempo que me transporta para uma dimensão de possibilidades.

Do meu passado, a música me trouxe o sábado. Me vi parado naquele ponto de ônibus, num dia quente depois do trabalho, enquanto observava o pombo catar suas migalhas próximo à calçada, agitado e faminto. Estava tão ocupado com sua tarefa cotidiana, que parecia não estar atento a mais nada, num local movimentado por pessoas e veículos. Aventurou-se centímetros mais longe da calçada. Obcecado por tantas migalhas espalhadas pelo chão, distraiu-se e não percebeu o ônibus se aproximar dele. Estava tão envolvido em sua coleta que, parecia não haver tempo para ele abrir as asas e alçar voo ou mesmo para pular para o lado seguro da calçada. Eu comecei a sentir uma angústia e, quando vi que o ônibus estava próximo demais, virei meu rosto para não ver o que eu sabia que não seria evitado. Segundos depois, olhei e vi o pombo esmagado, "quebrado" no meio das migalhas. Passei o sábado inteiro e o domingo refletindo sobre o que havia acontecido ao pombo, sobre como aquilo havia mexido comigo, o que me levou a pensar sobre como as coisas podem acontecer por acaso, sobre a brevidade da vida, como não temos controle sobre nada, nem sobre nós mesmo, quiça sobre o meio.

Do meu presente, fui agraciado com a sensação do descanso, a lembrança das férias que estão por vir, embora elas não siginifiquem totalmente "descanso". A música me trouxe ainda meus medos, desilusões, lembrou-me de minhas metas para o agora, estimulou-me, fazia meus átomos vibrar, me lembrava que ainda estou vivo - coisas essas que eventualmente esqueço.

Por fim, lá do meu futuro, a música presentou-me com as expectativas, com a lembrança do meu destino, os sonhos, os desejos... Ela lembrou-me ainda que é da minha vida e todas as implicações dos meus atos, sejam positivos ou negativos, que não posso esquecer. Lembrou-me de que não posso esquecer quem sou, de onde vim, que caminho estou seguindo e para onde quero ir.

A música é realmente uma das mais extraordinárias formas que o homem encontrou para ler o mundo e expressar-se nele, com o poder de libertar e também de aprisionar dentro de si mesmo. Into Your Arms é a música que me inspira nesta madruga afora, mas outras duas também ajudaram a criar essa atmosfera de introspecção e inspiração: Eyes, do grupo Rogue Wave e Jumper, do Third Eye Blind, ambas bandas de rock alternartivo da Califórnia e São Francisco respectivamente.

Video Clip: Lemonheads - Into Your Arms



The Lemonheads* - Into Your Arms
(album: Come On Feel the Lemonheads, 1993)

I know a place where I can go when I’m alone
Into your arms
Whoa, into your arms
I can go

I know a place that's safe and warm from the crowd
Into your arms
Whoa, into your arms
I can go

And If I should fall ...
I know I won't be alone.
Be alone anymore
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*The Lemonheads é uma banda estadunidense de rock alternativo formada por Evan Dando (vocal e guitarra), Ben Deily (vocal e guitarra) e Jesse Peretz (baixo) em 1986. Discografia:
Hate Your Friends (1987); Creator (1988); Lick (1989); Lovey (1990); It's a Shame About Ray (1992); Come on Feel the Lemonheads (1993); Car Button Cloth (1996); The Lemonheads (2006) e Varshons (2009)