terça-feira, 31 de agosto de 2010

Meu olhar sobre "Equilibrium"

[English]

O filme Equilibrium (2002), de Kurt Wimmer, mostra o lado sombrio das "boas intenções", a manipulação e a deturpação dos valores, da moralidade por uma minoria detentora do poder que dita as regras de comporamento e pensamento, inibindo a livre expressão dos demais, conforme suas próprias ideias, representada pelo Tetragramatron. Ironicamente esse nome é uma referência às quatro letras que compõem o nome em hebraico de Deus, YHWH. Além do mais, a bandeira que a Nova Ordem ostenta se assemelha à bandeira nazista. A alusão a um Estado baseado em princípios dogmáticos não é uma coicidência. Existe sim, aí, uma crítica a um Estado confessional que promove políticas de "boas intenções", disseminando ideas e/ou princípios dúbios.

Isso não é ficção. Remontando à nossa realidade, é possível notar que essa liberdade e democracia que pensamos estar vivendo não passam de ilusão, uma forma sutil e quase desapercebida de controle, de opressão forjada para manter as coisas como devem ser: tudo para poucos e nada para muitos. Temos nossas injeções diárias de "Prozium" também, mas não somos nós que as aplicamos diretamente. Os políticos e formadores de opiniões sem escrúpulos fazem isso por nós, se utilizando de um instrumento poderosíssimo nos dias atuais, a televisão - o altar para qual nos curvamos em reverência ou adoração. Através da mídia, dos meios de comunicação em massa, consumimos todo o tipo de informação sem questiona-las. Parecemos não esboçar quaisquer (re)ações diante d estado de coisas que estão à nossa volta, (miséria, violência, fome), como resultado de um Estado fragmentado e corrupto, com um aparato deficiente.

Lembre-se: Ainda como acontecia nos tempos medievais, pensar é nocivo para o sistema. Não leia porque você acabará tendo ideias e isso é muito perigoso. Você poderá sonhar e desejar mudar as coisas. A diferença é que hoje "eles" não nos queimam vivos nem nos enforcam, não nos trancafiam num calabouço frio e cheio de ratos. A prisão é invisível a olho nú, é para as nossas mentes.

Somos levados a crer que temos direitos, mas a verdade é que não temos direitos. Veja bem, olhe em volta. Ouça e pense. Porque você acha que a educação é uma porcaria? O que acontece toda vez que o povo, o povão se levanta contra os poderosos, os opressores? Você acha que a polícia está aí para defender você ou para proteger o Estado? Por que não há investimentos substanciais em educação e saúde, acesso facilitado à cultura como cinema e teatro? Por que afinal livros são tão caros?

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Assista ao filme. Um dos meus favoritos. É muito bom, é inteligente, tem uma boa sacada e uma coreografia de luta de tirar o fôlego com aquele Gun-Kata (Kata de Armas), criada pelo próprio diretor que ainda faz uma ponta no início do filme (o homem sombra que aperece praticando o Gun Kata). Fica aí minha sugestão de filme da hora.


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